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As redes sociais estão a produzir mudanças na forma como as pessoas comunicam e se relacionam.

Não existe uma resposta fechada sobre se as redes sociais têm um efeito relevante nos hábitos de leitura.

Os estudos indicam conclusões muitas vezes díspares e existem muitas mudanças na sociedade que influenciam esta variável.

Alguns autores defendem até que os recursos tecnológicos podem ser utilizados para levar as pessoas a ler mais através dos dispositivos móveis.

Será que os jovens lêem mais ou menos do que antes? As redes sociais interferem nos hábitos de leitura? O desenvolvimento tecnológico dos últimos anos provocou mudanças significativas na forma como as pessoas se relacionam, vivem e comunicam.

Estas modificações na vida quotidiana deram lugar à geração interativa, caraterizada pelo uso da Internet e das redes sociais como ferramenta útil não só no momento de realizar as tarefas escolares como também de relacionar-se e comunicar com os outros.

Na investigação chamada “Geração Interativa” Bringué Sala e Sádaba Chalezquer (2008) destacam que uma das práticas culturais que mais foram afetadas pela introdução das TIC, nas crianças e jovens entre os 6 e os 18 anos na Argentina, é a leitura de livros.


Estudantes com dificuldades em compreender textos académicos

Uma particularidade das redes sociais é que a comunicação, especialmente entre os jovens, é realizada de uma forma muito própria e que difere das palavras que podemos encontrar nas livrarias.

Algumas investigações atuais referem dificuldades crescentes dos estudantes universitários em compreender os textos académicos, que muitas vezes se convertem num desafio difícil de superar. Mas esta não é uma relação fácil de provar. A preocupação não é nova, mas não existe até ao momento uma resposta fechada sobre esta questão.


Plataformas digitais podem ser oportunidade para a leitura

Existem por exemplo pessoas como Irene Picton, da National Literacy Trust, que são da opinião que os hábitos de leitura e as plataformas digitais podem constituir uma oportunidade para “manter a leitura relevante". Nesta perspetiva não ter uma “mente aberta" pode levar-nos a “ignorar essa oportunidade".


Estudo indica que redes sociais não condicionam hábitos de leitura

De acordo com um estudo intitulado Hábitos de Leitura e Uso de Redes Sociais, da Faculdade de Psicologia da Universidade de Buenos Aires, o uso da Internet incide negativamente na perceção que os sujeitos têm sobre o tempo que dedicam às práticas de leitura e estudo.

No entanto, quando se compara o tempo que os inquiridos dedicam aos hábitos de leitura e a intensidade com que se conectam à Internet e redes sociais não existe uma associação significativa entre as variáveis.

Deste modo, segundo os dados analisados, a participação nas redes sociais não parece ter nenhuma incidência destacável nos hábitos de leitura e no tempo de estudo dos alunos do primeiro ano.

Ao mesmo tempo, pode-se observar que os sujeitos que por usar Internet diminuíram o tempo dedicado ao estudo, também diminuíram o tempo que passam a ler mas não a sair com amigos ou outras atividades.

Universia, 10/08/2018